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Você já ouviu falar em TOC?

Foto do escritor: Victor MarãoVictor Marão

O Transtorno Obsessivo Compulsivo, também conhecido como “TOC”, se trata de um transtorno caracterizado pela presença de pensamentos indesejáveis que invadem a pessoa repetidas vezes ao longo da vida (muitas vezes diariamente), aumentando o nível de ansiedade dela. Essa pessoa, para lidar com a ansiedade crescente, tende a desenvolver rituais (compulsões) que visam afastar tais pensamentos indesejados. Pessoas com “manias” de limpeza, pessoas que repetem o comportamento de trancar e destrancar a porta de casa antes de sair mais de dez vezes, pessoas que caminham evitando pisar fora de azulejos, etc. Essas “manias” podem a atrapalhar a vida pessoal, profissional e social levando a pessoa à crises como divórcios, demissões, vergonha e afastamento do seu círculo de amizades.


As manifestações do TOC podem ser diversas como já descrito: pensamentos repulsivos, impossibilidade de jogar fora objetos que não servem mais, medos de contaminações, compulsão por checagem, etc. Algumas vezes os sintomas não são nem ao menos observáveis, o que dificulta o trabalho dos profissionais.

Muitos amigos tentam ajudar as pessoas que tem TOC, explicando que os rituais que elas fazem não tem “nenhum sentido”, que lavar as mãos 4 vezes terá o mesmo efeito de lavá-las somente uma vez, por exemplo. O que esses amigos não compreendem é que o ritual desempenhado não é baseado em uma causa racional. As pessoas que tem TOC muitas vezes sabem disso, porém o ritual ajuda que os pensamentos obsessivos cessem e que a ansiedade que as paralisam diminua.


O que o indivíduo encontra no setting analítico é uma compreensão diferente do que se encontra nas revistas e em outras terapias que não sejam psicoterapêuticas. A psicanálise entende o TOC como um transtorno que não admite uma etiologia comum a todos os pacientes, ou seja, os motivos que levam a pessoa a desenvolver TOC não são os mesmos em todos as pessoas. Diferentemente, do que é estudado por outros tratamentos, a psicanálise não comporta sob o rótulo “TOC” um significado universal. Admitirmos que o TOC tem uma causa somente é desconsiderar a história do sujeito e os eventos que o tornam único. Essa posição de compreender que cada paciente desenvolveu o quadro a partir da sua própria história, permite ao analista escutar o sofrimento do sujeito que foi buscar ajuda no consultório e tudo aquilo que o levou a “escolher” (não é uma escolha consciente, obviamente) esse determinado transtorno e essa determinada sintomatologia (por que lavar as mãos em vez de checar incessantemente as portas?).


O analista vê o sujeito a partir de um ser que não é somente aquilo que sabe conscientemente, mas existe algo que foge a consciência que se manifesta através dos atos falhos, dos sonhos, dos chistes e, evidentemente, se faz presente nos sintomas que o acometem. É a partir daí que acredita-se que a análise pode contribuir para uma melhora em relação aos sintomas: ao entender de onde fala o sujeito e o que o seu sintoma quer comunicar.


O que vocês acham desse ponto de vista? Convido você, leitor, a continuarmos a continuar essa conversa nos comentários. Até lá!

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