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Não vejo sentindo na vida. Estou com depressão?

Foto do escritor: Victor MarãoVictor Marão

Falta de motivação, tristeza profunda, dificuldade de concentração, perda ou aumento de apetite, insônia, irritabilidade, oscilações de humor, sensação de vazio, pensamentos suicidas, ausência de prazer nas atividades cotidianas são alguns dos inúmeros sintomas que poderíamos enumerar aqui quando falamos de depressão.


É muito comum que os primeiros sinais que levam as pessoas a se darem conta da depressão apareçam como sintomas físicos e seja algo que os médicos não conseguem encontrar causa aparente. Esses sintomas podem ser: Tensão na nuca e/ou nos ombros, dores de cabeça, pressão no peito, dores no corpo, má digestão, constipação, entre muitos outros.


Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que 5,8% da população brasileira sofre de depressão e que até 2020 essa será a maior causa de afastamento do trabalho.


É quase certo que a depressão apresente um componente de ordem genética, porém, ela precisa de um “gatilho” para eclodir. Esse gatilho podem ser diversas coisas: situações traumáticas (mesmo que elas tenham acontecido há bastante tempo), morte de um familiar ou amigo, perda de um emprego, problemas no casamento, etc.


A depressão é vista pela psicanálise como se ela própria fosse uma espécie de “alerta” que a pessoa desenvolve quando existe um amortecimento da experiência do prazer. Uma impotência em relação a vida que se dá, justamente, pela falta de relação entre desejo e objeto de desejo. O que nos move em direção a vida é sempre a busca por um objeto de desejo, por isso se diz que a pessoa sente uma vontade de desistir da vida ou que a vida não vale a pena.


Vale lembrar que quando se fala em “luto” em psicanálise, não se refere somente a perda de alguém importante, mas sim em relação a renúncia de qualquer objeto de desejo (um alguém, um emprego, uma fase da vida, uma amizade, etc.). Desse modo, a leitura que se faz é de que a depressão é, afinal, um luto patológico ou incompleto por um objeto de desejo perdido.


Elaborar esse luto e dar sentido as situações traumáticas através da fala é o papel do paciente que busca um psicanalista. Por essa razão, pede-se em análise que o paciente fale do que lhe aflige de forma transparente, sem se preocupar com o conteúdo da sua fala ou mesmo se sentir vergonha. Lembre-se que o setting terapêutico é um espaço de fala, de sigilo e de não julgamento.

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