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Ansiedade.

  • Foto do escritor: Victor Marão
    Victor Marão
  • 24 de set. de 2018
  • 2 min de leitura

Por quê?

Sabe quando você não vê a hora de terminar aquele trabalho ou abrir aquele presente? Ou até mesmo não para de pensar naquela pequena coisa que você tem que resolver logo? (mesmo sabendo que ela não deveria ter tanta importância)


Então, tudo isso são sinais de ansiedade. Bem, isso não é estranho a ninguém e isso também não quer dizer que você esteja doente. Isso não caracteriza uma patologia. Quer dizer, com que frequência você funciona sob esse fantasma? Todos os dias em relação a quase tudo? Ah! Aí sim podemos começar a pensar em algo patológico.


A ansiedade, para a psicanálise, faz parte do espectro da angústia. Nesse espectro, podemos reconhecer a angústia em certos graus (não necessariamente em sinal de intensidade, mas como formas de se apresentar). O “medo”, por exemplo, seria uma angústia relacionada a um objeto que sabemos nomear. Uma angústia direcionada a um objeto conhecido. Já no caso da ansiedade esse objeto ao qual nos relacionamos não está tão claro, porém também não é completamente desconhecido (por isso a análise pode ser útil). É como se o objeto estivesse por trás de um véu um pouco translucido, ou seja, não o vemos diretamente, porém vemos alguns contornos.


Visto desse ângulo, nós tememos algo que não sabemos bem o que é. Se por um acaso, supomos o que ele seja, não sabemos bem quando ele vai nos alcançar (ou no caso de um evento quando ele vai acontecer). Pode ser inclusive que isso nunca aconteça, mas o fato é que o objeto em si não está claro em nenhuma da situações, porém reagimos a ele mesmo assim.


Por não conseguirmos nomear esse objeto de angústia, passamos a “reagir” a ele através de quadros somáticos como sensações de desconforto, problemas de pele, problemas gastrointestinais ou até mesmo desenvolver ações no dia a dia que nos façam não sentir ou não pensar sobre que objeto é esse. O risco que se corre ao desenvolver tais relações com a realidade é a de a pessoa tentar controlar os acontecimentos cotidianos (incontroláveis, diga-se de passagem) e, por sua vez, desenvolver uma dependência dessa sensação.


O que a análise pode fazer em relação a isso afinal? Pois bem, o que se espera em um processo analítico em relação a isso é que a análise permita ao indivíduo reestabelecer a experiência psíquica, a função representacional ou nomear esse objeto. Se o contato com isso que fazemos de tudo para ignorar (inclusive camufla-lo com outra roupagem) é doloroso, a análise também é. Não obstante, se faz necessário pensar sobre ela e desenvolver um saber sobre esse objeto se esperamos um dia, ao menos, fazê-lo com que ele não nos paralise diante da vida.

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